segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O filme "A Outra História Americana" no contexto Socialização

Dissertação sobre o filme “A Outra História Americana”

LegioN[1]

A convivência em sociedade e suas peculiaridades sempre foi um tema bastante abordado nos cinemas, direta ou indiretamente. No filme “A Outra História Americana”, dirigido por Tony Kaye, aspectos como racismo, antissemitismo e intolerância às minorias são tratados de forma a mostrar e até alertar o público às perigosas consequências que o “cultivo” desses sentimentos e atitudes pode causar. O filme aborda a socialização em família, passando pela aceitação em gangues, até chegar num local mais hostil, um presídio. Derek, a personagem principal, transita por esses três ambientes e vê que nem sempre as coisas são da forma como ele pensou que eram.
No contexto familiar, o filme mostra que o sentimento racista pode ser disseminado por parentes mais próximos. A causa para isso se deve ao fato de que, na ausência ou desconhecimento de explicações para certos problemas sociais, muitas vezes se atribui a culpa para quem aparentemente está causando tais problemas. Mas isso pode ser nada mais além do que falácias. Porém, por se tratar de um discurso proveniente de um membro da família, geralmente se atribui demasiado crédito ao que foi dito, não permitindo uma análise mais ampla e imparcial acerca do problema em questão. Talvez seja da convivência familiar que provenha a mais consistente espécie de racismo, pois esta pode ser desenvolvida de forma gradativa desde a infância.
Outra forma de propagação do racismo que é retratada no filme é a formação de uma gangue por compartilhamento de ideias neonazistas. Nesse âmbito, a socialização se dá por conta de uma ideologia em comum entres todos os membros desse grupo, que se convencem de que o ódio presente em suas mentes deve ser materializado em ações.  Porém, se nota que todos esses indivíduos “fecham os olhos” para a razão em favor da alienação.
No presídio, Derek se socializa com um grupo que aparentemente possui ideais neonazistas. Mais tarde ele descobre que, naquele ambiente, a sobrevivência é mais importante do que ideologias vagas.
 “A Outra História Americana” mostra que o conhecimento humano é falho e mutável. Muitas vezes o que se consegue ter é apenas uma visão superficial ou unilateral dos diversos problemas sociais relacionados com a segregação racial, antissemitismo e xenofobia. Dificilmente qualquer pessoa que seja conseguirá fazer uma análise definitiva que contemple o todo social


[1] Bacharelando em Administração – 2º Período – Faculdade CEUT   

domingo, 29 de agosto de 2010

Resenha do livro "Como Ordenar as Ideias"

BOAVENTURA, Edivaldo. Como ordenar as idéias. São Paulo: Ática, 1988. 59p.


                                                         LegioN[1]


Credenciais do autor
           
            Nascido em Feira de Santana, Bahia, a 10 de dezembro de 1933. Fez o curso secundário com os jesuítas, no Colégio Antonio Vieira, o de bacharel em Direito (1959) e em Ciências Sociais (1969) na Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutorou-se em Direito e obteve a docência livre em Economia Política (1964) pela mesma Universidade e cursou o Institut International de Planification de l’Éducation - UNESCO (1971/1972), em Paris. Como escritor, é membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Academia de Letras Jurídicas da Bahia, Academia Brasileira de Educação e detém vários outros títulos importantes dentro desta área.

Resumo da obra
            Em seu livro “Como ordenar as ideias”, Edivaldo Boaventura explica o passo-a-passo para uma comunicação eficiente, seja ela escrita ou falada. O autor destaca que, para que haja clareza e eficácia na exposição de pensamentos, é necessária a elaboração de um plano que sistematize todas as ideias de forma organizada, ou seja, com início (introdução), meio (desenvolvimento) e fim (conclusão). Boaventura trabalha detalhadamente cada uma dessas três partes em sua obra, que é composta de sete capítulos divididos em 59 páginas. A seguir, uma síntese do tema tratado pelo autor em seu livro.
            O primeiro passo para uma boa comunicação é saber anunciar o assunto, para tanto, é preciso que se coloque na introdução uma certa dose de entusiasmo, convidando o leitor a entrar no tema como um todo. Antes de se construir a introdução, é necessária uma reflexão acerca das ideias principais e secundárias do assunto que será exposto, com isso, decide-se por colocar apenas breves comentários sobre os tópicos que servem de alicerce para o que será explanado, deixando os pormenores para o desenvolvimento do conteúdo. Há de se destacar que a introdução é a elucidação do assunto proposto, que deve dar, de imediato, a ideia do tema; a definição e indicação do tema são imprescindíveis a qualquer introdução. Para o fecho da introdução, anuncia-se o plano da exposição de forma clara e em poucas palavras e, a partir daí, dar-se início ao desenvolvimento do assunto.
            No segundo passo, o desenvolvimento, decompõe-se o tema central para facilitar o esclarecimento de cada parte do assunto, expressando uma ideia de cada vez. Para a divisão do conteúdo em partes, é necessária a elaboração de um plano de desenvolvimento, que é feito partindo-se de um esboço inicial que, aos poucos, vai-se transformando, até chegar ao plano definitivo. O corpo do assunto deve ser dividido em duas partes (recomendado) ou em três (apenas para assuntos com maior complexidade e mais extensos, geralmente desenvolvidos por especialistas). Dentro das divisões do texto existem as subdivisões, que não devem distrair a atenção do leitor, encaminhando-lhe para assuntos que não têm relação direta com o tema principal. No desenvolvimento deve-se evitar a repetição de ideias que já foram tratadas em tópicos anteriores, pois isso pode desencadear num trabalho ruim. O bom texto deve ter todas as suas partes em equilíbrio, ou seja, não se passa de uma parte para outra sem a transição necessária; para se estabelecer a melhor forma de transição entre as partes há de se estudar, revisar e examinar o plano de desenvolvimento do assunto e, se necessário, fazer cortes ou acréscimos nesse plano. Desenvolvido o tema, parte-se para o fase final do trabalho.
            O último passo, a conclusão, caracteriza-se pela síntese do que foi exposto no desenvolvimento. O objetivo da conclusão é atingir o tema central de forma conclusiva e marcante, com o máximo de precisão e de ênfase. Ao concluir, deve-se ser breve, mas não se esquecer de demarcar o ponto de vista acerca de tudo que foi dito antes, dando respostas à questão que foi trabalhada e propondo soluções para os problemas apresentados no texto. É importante destacar que a conclusão não é o fim da história, nem simples resumo e nem tampouco ideia nova; é nela que se faz o alargamento da ideia geral e abrem-se dimensões novas, sobretudo sugerindo, clamando, apelando.


Conclusões do autor

            Com essa obra, Boaventura conclui que o êxito da compreensão está diretamente ligado ao controle da expressão. Controle esse que se faz por meio da reflexão que precede a comunicação, ou seja, devem-se ordenar as ideias por meio de planos e métodos, antes de efetuar a comunicação. Para o autor, se cada pessoa pensasse antes no que vai dizer, haveria uma redução na metade de suas comunicações. O autor finaliza sua obra utilizando quatro verbos para sintetizar suas conclusões acerca de uma boa comunicação: Pensar (antes de escrever); Fazer (o plano da comunicação); Evitar (o plano fácil) e Resumir (os argumentos, com suas palavras).


Quadro de referência do autor

            O autor utiliza obras de vários autores para sustentar as ideias expostas em sua obra, dentre eles: P. Ducassé, Leon Fletcher, Jean Guitton, Henri Mazeaud, A. D. Sertillanges e Paul Valéry.


Apreciação crítica

            O tema base abordado por Boaventura em sua obra não é novo. Não é de hoje (nem da época em que foi lançado o livro) que vários autores trabalham com os aspectos relevantes para uma boa comunicação. Porém, o que faz do livro “Como ordenar as ideias” ser uma obra importante para o meio acadêmico é a forma clara, ilustrada e objetiva como o autor desenvolve o assunto. Ele se utiliza de citações-chave de vários autores para engrandecer sua obra que, apesar de compacta, é rica em conteúdo. A utilização de analogias para explicar melhor suas ideias em relação ao tema proposto torna seu livro mais interessante e permite ao leitor uma melhor compreensão e absorção do conteúdo nele expresso. Boaventura também alerta o leitor quanto aos erros mais cometidos ao se desenvolver um texto e, em seguida, propõe soluções para que eles sejam evitados. Outro aspecto observado no decorrer do seu texto foi sua grande admiração pela escola francesa; todos os autores citados em seu livro são franceses, que, na sua concepção, são mestres na arte de ordenar as ideias e um exemplo do uso método para se organizar o pensamento e o raciocínio. Por último, o que mais se mostrou marcante em sua obra foi a influência do método cartesiano, que, inclusive, é amplamente citado no seu livro. “Como ordenar as ideias” não deixa de ser uma forma adaptada à comunicação das ideias expressas no método desenvolvido por René Descartes. Em suma, é uma obra que serve de apoio a quem possui qualquer dificuldade, por mínima que seja, na elaboração de textos e organização de pensamentos.


Indicações da obra

            Esta obra é de interesse de pessoas que estão envolvidas com as áreas de Ciências Humanas, Sociais e Jurídicas.


[1] Bacharelando em Administração – 1º período – Faculdade CEUT